Nota de fim de tarde em tom de chuva


O consumo emocional de uma fotografia guardada debaixo do colchão. As riquezas todas de uma vida que se não volta aí guardadas.  E o consumo emocional de uma fotografia à qual as cores fogem. Pudesse daquela varanda, com binóculos, ver o estava dentro daquela outra cabeça. O que pensariam os seus olhos quando se fecham. A incerteza que mata a vida que depositara naquela outra cabeça. Ver um rosto fechar-se e a desaparecer com as cores da fotografia.

Uma dúvida a jantar ao seu lado, a partilhar a cama, a sugar as cores da fotografia. E a eterna vitória da novidade sobre o monótono. Um medo de perder para a novidade. Um medo de se juntar à fotografia debaixo do colchão. Um hiperconsumo da alma pela exaustão de uma dúvida calada.


(silêncio

imenso)

















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