post scriptum
É muito feio olhar para o que as outras pessoas escrevem, nas mesas ao lado das nossas, nos cafés. Cartas, especialmente. Como se ao olhar para o desenho da tinta, nos apoderássemos do que é deles. Roubar a vida dos outros pelo tempo de beber um café. Água. Nada, quem sabe. Mas nem todos resistimos a essa cobiça de nos livrarmos do nosso capote. E era isto que ela escrevia, na mesa ao lado da minha.
"há qualquer coisa de teu em dias como este. talvez um canto diferente no ranger dos passos ou um manto menos frio na água que apega a nós na chuva. uns chinelos velhos debaixo da cama. talvez os tenhas esquecido com a pressa de voltar.é como se voltasses em dias como este. uma esperança tão descabida ou uma certeza tão situada. não sei se bem ou mal, mas uma saudade de ti tão acompanha em dias como este. quando tudo fica em silêncio demais e tudo é fome de mais. odeio dias como este. porque há qualquer coisa de teu, mas tu não hás."
Paguei o café e vim embora. Há silêncios que nunca param de falar.
"há qualquer coisa de teu em dias como este. talvez um canto diferente no ranger dos passos ou um manto menos frio na água que apega a nós na chuva. uns chinelos velhos debaixo da cama. talvez os tenhas esquecido com a pressa de voltar.é como se voltasses em dias como este. uma esperança tão descabida ou uma certeza tão situada. não sei se bem ou mal, mas uma saudade de ti tão acompanha em dias como este. quando tudo fica em silêncio demais e tudo é fome de mais. odeio dias como este. porque há qualquer coisa de teu, mas tu não hás."
Paguei o café e vim embora. Há silêncios que nunca param de falar.
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