Porcelana Chinesa ou elogio aos que se contentam com a imitação barata
Há uns dias que não conseguia tirar o elefante da loja de porcelanas. Precisou do tempo do distanciamento para apreciar o pretensiosismo de um elefante tão elegante. Onde já se viu um elefante gostar de porcelana para depois a atirar contra as paredes da loja? E toda a gente um elefante e toda a vida uma loja, com porcelanas e cristais. Brilhinhos a fazer de conta. E o elefante a atirá-la também contra a parede, uma porcelana já lascada. Aquele não era o espaço dela, e só flores murchas à entrada. Tão falsas essas flores e o elefante tão contente por estar no meio das porcelanas.
Tão estúpido esse elefante.
Há uns dias que não conseguia tirar dos ombros o peso da desilusão. O pretensiosismo não um elefante, e os cacos não porcelana. Bocadinhos de qualquer coisa que passou por nós. Como sempre, a correr.
Um elefante a correr na passadeira rolante dos nossos cacos.
(imagem demasiado ridícula, mas o que ocorreu na limitação da sua circunstância)
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